Projeto Missionário Povos Indígenas
Desde 2010 iniciamos imersões na aldeia indígena em Paraty Mirim com iniciativas de conhecer a população dali bem como os trabalhos sócio- humanitários e missionários, seus líderes e parceiros. E em 2017 conhecemos a aldeia Akaporã (Rio Bonito) em Ubatuba. Sempre levando como base a Palavra de Deus, pois ela é para todos os povos; em cada kilo ou material doado, e em cada atividade social ou recreativa com a população indígena, procuramos sempre respeitar e nos submeter aos que ali chegaram primeiro (missionários) e interagir com os indígenas, sem interferir em hipótese alguma em quaisquer situações ali existentes, quer seja na cultura, religião, comportamento, língua, costumes, etc…ou seja, estamos aprendendo a conhecer a cosmovisão dos Guaranys M’byas. E em 2019 conhemos mais uma aldeia (Boa Vista), na qual inauguramos mais um novo projeto. Nosso papel é influenciar com a pregação de um evangelho integral e interpessoal, que é o Evangelho genuíno de Cristo. Estamos numa missão. Estamos na MISSIO DEI!!!

HISTÓRIA DA MISSÃO ENTRE OS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL
Essa pequena reflexão é para explorar o potencial que a igreja indígena tem e consequentemente unir todas as etnias, bem como os não índios e estrangeiros com o objetivo de alcançar mais patrícios que perecem sem a salvação através de Jesus. Segundo Souza, Ralph Winter sintetiza de maneira extraordinária, por meio de uma visão dividida em períodos históricos, a caminhada evangélica em direção as missões modernas.
Segundo ele, o primeiro período foi voltado as regiões litorâneas e teve início com William Carey em 1792. O segundo período foi voltado para as regiões interioranas e começou com Hudson Taylor em 1865. Já o terceiro período foi voltado para as diferenças sócio-étnicas e iniciou-se com William Cameron Townsend ( fundador da missão Wycliffe ) e também com Donald McGavran por volta de 1934. Essa metodologia de Winter, e de maneira muito apropriada oferece diretrizes para uma síntese da caminhada evangélica em termos de missões indígenas no Brasil. Aproveitando as características bem definidas de cada fase de nossa história missionária, definiremos as divisões dos períodos de “ONDAS”, como explica Isaac Souza no seu livro “De todas as Tribos”.

primeira onda missionária
“ONDA ESTRANGEIRA”

Segundo Matos em seu artigo, destaca duas tentativas de evangelização aos indígenas: o primeiro culto evangélico em terras brasileiras deu-se a 10 de março de 1557, no Rio de Janeiro, como resultado da vinda dos huguenotes franceses para o Brasil. No domingo, 21 de março do mesmo ano celebrou-se a primeira santa ceia. Mas em janeiro de 1558, Nicolas Durand de Vilegaignon, que havia convidado os huguenotes virem ao país, expulsou-os daqui, estrangulando três deles. Jaques Le Balleur perpetuou o esforço por dez anos, sendo então, enforcado por estar pregando entre o povo indígena Tamoio. O segundo esforço evangélico deu-se por meio dos holandeses no nordeste, de 1630 a 1654, quando acabaram expulsos pelos portugueses. Como não se conhece evangélicos indígenas resultantes dessas duas tentativas podemos dizer que elas foram completamente sufocadas. No entanto, foram os primeiros movimentos em direção a formação de uma onda missionária aos indígenas do Brasil.Segundo Ralph D. Winter, após um longo período de tempo. Anos depois veio a South American Indian Mission ( 1913). É aí, sim, que a primeira onda se formou de maneira discreta, pois logo vieram também: Unevangelized Filds Mission (UFM em 1931), New Tribes Mission (1946), WyCliffe Bible Translator/ Summer Institute of Linguistics – WBT/SIL (1956), entre outras.Com um agrupamento desse porte, o pico da onda tornou-se reconhecível. Com a graça de Deus esses homens entenderam o chamado e deram suas vidas, sacrificando suas famílias para trazer o evangelho ao Brasil. Depois daquela primeira tentativa que os missionários fizeram e que não deu certo entre 1630 e 1654, na evangelização dos indígenas, agora em 1912 oficialmente tiveram resultados com o povo Terena.

segunda Onda Missionária
“ONDA NACIONAL”
Souza relata que entre 1925 e 1926, o Batista Zacarias Campelo iniciou trabalhos junto a comunidade Krahô, desenvolvendo atividades também entre os Xerentes, no atual Tocantins. Foi um trabalho pioneiro, visionário e desbravador, mas muito isolado e sem grandes influencias no movimento missionário; tanto que só agora, depois de 65 anos, a Junta Batista de Missões Nacionais está produzindo seu primeiro Novo Testamento aos Xerentes. A missão evangélica Caiuá veio logo depois , em agosto de 1928, com um excelente serviço, mas também sem profundas modificações no cenário geral de missões indígenas.
Embora nenhuma dessas iniciativas se caracterize como onda missionária, todavia constituíram os primeiros esforços para delineá-la. O formato desta onda, na verdade, emergiu de um conjunto lento, mas interativo de fatores, tais como: início de cursos específicos para o campo indígena, oferecido pelas Novas Tribos (1956) e SIL (1959) com dados oficiais a partir de 1973 e a inclusão de brasileiros no rol de membros das missões estrangeiras, levando a criar razões sócio-nacionais. Daí nasceu a Missão Novas Tribos do Brasil (1953); Missão Cristã Evangélica da Amazônia (MEVA) e Missão Cristã Evangélica do Brasil (MICEB – 1959) ambas no mesmo ramo da UFM (UNEVANGELIZED FILDS MISSION – 1931). Inicio de curso de missões do seminário bíblico Palavra da Vida (Atibáia-SP), por Neil Hawkins, fundador da MEVA. Fundação de missões brasileiras, como a Missão Evangélica dos índios do Brasil (MEIB) e a Associação Linguística Evangélica Missionária (ALEM – agosto de 1982). Início de trabalhos indígenas por juntas denominacionais e jovens com uma missão (JOCUM).

terceira Onda Missionária
“ONDA INDÍGENA”

Ao passo que a caminhada na busca por parceria com as igrejas, principalmente as nacionais, a onda missionária indígena tem sido forte, pois, com toda a limitação, já tem procurado atender outros povos de outras etnias graças a algumas igrejas indígenas e parceiros atuantes. Isaac Costa em sua pesquisa relata que a primeira instituição principalmente para o preparo de líderes indígenas evangélicos deu-se com a adaptação em 1980, do Instituto Bíblico Cades Barnéia, sob a direção da South American Indian Mission (SAIM), essa escola conta com índios Terenas na direção.
O instituto pertence à primeira organização evangélica indígena (UNIEDAS – União das Igrejas Evangélicas da América do Sul). Nacionalizada em 02 de abril de 1972, onde os missionários estrangeiros passaram o comando da missão para os próprios indígenas, numa visão fantástica e que no futuro seria a primeira missão autóctone a enviar missionários indígenas para os próprios povos indígenas do Brasil. Embora a ALEM esteja incluída na onda nacional, possui pelo menos um indígena como membro. O mesmo ocorre com a Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira. Em 1990, surgiu também a organização da tribo Tikuna do alto Solimões; o OMITTAS (Organização da Missão Indígena da Tribo Tikuna no Alto Solimões). Os Tikunas formam o maior grupo indígena em termos de população no Brasil. A igreja indígena está em franco crescimento, e isso se deu a partir das relações inter-tribais locais, atuação missionária com ênfase no discipulado e treinamento indígena.
O registro linguístico, associado à produção de material para letramento indígena é outro vigoroso fruto das iniciativas missionárias que se envolvem, especialmente, com grupos que
estão à margem do cuidado e interesse da sociedade. O que bem caracteriza essa terceira onda é a aproximação entre líderes evangélicos indígenas. Hoje, as igrejas indígenas tem realizado o que chamamos de “Terceira Onda Missionária”. Elas tem contribuído para a evangelização entre os próprios parentes, graças ao esforço das ondas anteriores quanto ao exemplo deixado pelos primeiros missionários e suas missões que foram tão importantes nesse processo, o fato de algumas missões nacionalizarem, ou seja, passar o comando para os próprios indígenas.
Assim sendo, melhor é obedecer e cumprir a ordem deixada por Jesus Cristo para a sua igreja. É o que está faltando muitas vezes no meio evangélico: a cooperação, união, uma melhor estratégia de atuação missionária, para atender, dentro do país, as necessidades e carências do evangelho e também fora do Brasil. Nessa proposta de definir as ondas, temos uma ideia e um ponto de partida para poder organizar melhor o trabalho missionário indígena. Segundo Souza, as missões indígenas também não são a “resposta” para as limitações das duas ondas, estrangeira e nacional. Obviamente, a solução é o próprio DEUS, mas pensando em termos de mobilização e esforço humano, acreditamos que nos aproximaremos acertadamente da resposta adequada quando conseguirmos, com mútuo respeito, conjugar as três ondas em uma única onda maior, uma vez que, cada uma tem sua parcela de colaboração.
Tudo deve partir de uma disposição em cumprir a palavra de Deus, obedecendo ao chamado e fazendo parte da grande comissão. É muito importante a interação das três ondas para o melhor avanço do evangelho entre os povos indígenas do Brasil.



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